A Secretaria do Agronegócio alerta para o greening, atualmente o mais sério problema enfrentado pela citricultura brasileira e controlar o psilídeo-dos-citros, inseto vetor da doença, consiste em um dos principais desafios dos produtores. Por isso torna-se fundamental entender o comportamento da praga, cuja preferência de alimentação e de oviposição varia de acordo com a variedade de laranja utilizada.
Huanglongbing (HLB) ou “greening” é considerado, atualmente, o mais sério problema da citricultura no Brasil e no restante do mundo, representando um enorme risco à sustentabilidade do agronegócio citrícola.
No Brasil, o HLB foi registrado pela primeira vez em 2004, nos pomares da região central do estado de São Paulo, e hoje a doença está presente em todas as demais áreas produtoras de citros.
O HLB avança de maneira muito rápida, com redução da produção, e consequentemente, elevação dos custos. Desde seu primeiro registro até o ano de 2011, aproximadamente 18 milhões de plantas foram eliminadas no estado de São Paulo.
Como não existe controle eficiente da doença, o manejo do HLB baseia-se em três medidas: 1) utilização de mudas sadias e certificadas; 2) eliminação de plantas doentes nos pomares; e 3) controle do inseto vetor das bactérias, o psilídeo Diaphorina citri.
Os adultos deste inseto medem aproximadamente de 2,8mm a 3,2 mm de comprimento e são de coloração escura. As formas jovens, chamadas de ninfas são praticamente imóveis, aderem à planta (e ali permanecem) e liberam uma substância açucarada (“honeydew”) que permite o desenvolvimento de um fungo preto, conhecido como fumagina.
Embora o psilídeo provoque danos diretos às plantas cítricas por sugar sua seiva, o inseto assume importância maior devido à transmissão das bactérias associadas ao HLB, cuja principal espécie no Brasil é Candidatus Liberibacter asiaticus.
Existe um grande número de plantas hospedeiras, com registro de aproximadamente 20 espécies da família Rutaceae, que incluem as espécies do gênero Citrus (laranjas, limões, limas, etc), porém nem todas essas plantas permitem o completo desenvolvimento do inseto. Dentre estes hospedeiros consta ainda, Murraya exótica, conhecida popularmente como murta-de-cheiro ou falsa murta, uma planta ornamental muito difundida no Brasil e no mundo, sendo muito utilizada como cerca viva em áreas urbanas e até mesmo próximas a pomares e mesmo em cemitérios.
Diversas pesquisas têm mostrado diferenças no desenvolvimento do psilídeo em função da planta hospedeira, pois os insetos procuram e escolhem as plantas em que se alimentam e colocam os ovos influenciados por características visuais e odores liberados pelas respectivas plantas hospedeiras.